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terça-feira, 14 de maio de 2013

CONSPIRAÇÃO ALCÂNTARA


Yasmim abriu seus olhos lentamente, esticou seus braços espreguiçando-se como se o sono não tivesse sido suficiente e só então percebeu que estava num lugar estranho. Levantou-se e pela janela só conseguiu avistar a escuridão, o que havia acontecido? Porque ela estava ali naquele lugar totalmente desconhecido?

Sua cabeça doía muito e só conseguia se recordar do momento em que chegava a sua casa, saía do carro para abrir a garagem e nada mais. O que estou fazendo aqui neste lugar tão sujo e isolado? Será um inofensivo sonho ou uma terrível realidade.

A noite passou e ela se ateve a seus pensamentos temerosos, bateu na porta mas ninguém atendia, as janelas tinhas grades muito resistentes, gritou mas ninguém respondeu. Só então ela se deu conta que havia sido sequestrada.

O dia clareou e ao acordar Alice foi a cozinha e não encontrou o café pronto, Yasmim sempre deixava o café preparado para sua amiga pois sabia que ela chegava muito tarde todos os dias. Achando estranho foi até o quarto de sua amiga e ao avistar a cama do jeito que estava e que as toalhas do banheiro estavam secas ela teve certeza que sua amiga havia dormido fora, pois todos os dias ela chegava, tomava seu banho, dormia e na manhã seguinte deixava o café preparado.

Será que Yasmim estaria dormindo na casa de alguma outra amiga? Mas ela nunca dorme fora. Pensou Alice. Inquieta tentou ligar para a amiga várias vezes, mas o celular estava desligado ou fora da área de cobertura. Ela nem podia ligar para a mãe de Yasmim que morava em outra cidade pra não deixa-la assustada.

Alice tomou seu café da manhã, se arrumou e quando iria sair para a faculdade viu um envelope embaixo da porta. Achou estranho uma vez que tinha uma caixa de correio na sua casa, rapidamente abriu e leu:

“Sua amiga foi sequestrada, se fizer tudo que eu estou mandando iremos soltá-la sã e salva, caso contrário ela morrerá. Vá até a Avenida Hildebrando Ruiz, nº74 e procure pela Senhora Glória Alcântara. Não deixarão que você fale com ela, diga que você é a filha do Alberto Alcântara e leve uma foto de sua amiga e entregue para ela. Faça apenas o que eu disse e depois volte, já terá ajudado muito sua amiga desta forma. Se ligar para a Polícia a mataremos.

Desconfiada até o último fio de cabelo Alice ainda permaneceu em casa umas meia hora pensando se deveria ou não chamar a polícia e que sentido teria sequestrar uma camareira, estudante de jornalismo. Sua amiga era pobre, elas duas dividiam a casa para ficar mais barato o aluguel. O que alguém da Avenida Hildebrando teria a ver com isso? Aquela era conhecida como a Avenida de ouro da cidade, pois apenas milionários moravam lá.

Depois de pensar muito ela saiu mesmo morrendo de medo, não procurou a polícia e foi até o endereço que os sequestrados haviam mandado. Chegando lá ela percebeu que aquela era simplesmente a mansão mais chique daquela avenida, ela disse que gostaria de falar com a Srª Glória Alcântara como fora orientada. Os Seguranças perguntaram seu nome e ela disse: - Avise-a que sou a filha do Alberto Alcântara.

Logo em seguida liberaram sua entrada ao chegar à sala foi recebida por uma figura feminina de uns 60 anos, imponente e com ar de superioridade. Sem nenhuma cerimônia nem receptividade com a visita a mulher disse: – Eu sou Glória Alcântara, que tipo de brincadeira é esta? Não sei que graça existe em se passar por uma morta. A filha do meu irmão Alberto morreu quando tinha 9 anos.

Alice: - Me perdoe senhora, estou desesperada, pois minha amiga foi sequestrada, só vim aqui seguindo as orientações dos sequestrados.

Glória: - Seguranças tirem esta mulher daqui agora. Veja se tenho tempo para atender loucuras de alguém que quer se passar por pessoas mortas.

Neste momento os seguranças seguraram nos braços de Alice e foram arrastando-a para fora, de repente a foto caiu no chão e Glória a pegou, olha para o retrato e diz: - Não pode ser, é verdade. Levem-na daqui!!!

Os seguranças colocaram a moça para fora e sem entender nada Alice foi embora, durante todo o caminho ela tentava ligar para Yasmim, mas o celular continuava desligado ou fora da área de cobertura. Chegando em casa ela ficou muito aflita e tentava encontrar algum sentido naquilo tudo e não conseguia. Decidiu ir até a polícia e contou tudo que havia acontecido.

Os investigadores também não entenderam nada do que estava acontecendo a princípio, mas começaram a tentar solucionar este quebra- cabeças. Por desconfiarem que Alice também corria perigo resolveram deixar um policial levá-la para uma casa de campo bem distante onde a polícia costumava refugiar possíveis vítimas e testemunhas de algum crime.

No meio do caminho enquanto estavam num carro, o sinal fechou e pararam no semáforo, mas de repente um carro bateu no deles e homens de preto com os rostos cobertos começaram a atirar e atingiram o pescoço do policial que morreu pouco tempo depois. Alice correu muito e conseguiu entrar num beco e se esconder numa loja de roupas e por fim despistou-os. Logo em seguida ligou para a polícia e novamente eles foram ao encontro dela e ofereceram proteção novamente.

Enquanto isso no cativeiro alguém enfia pela porta um pouco de comida e um copo de água para Yasmim que começa a gritar desesperadamente perguntando o que eles queriam e dizendo que ela era uma simples camareira, mas não obteve respostas. A noite passou e na manhã seguinte logo cedo eles a pegaram, algemaram-na e a levaram encapuzada num carro até uma floresta, chegando lá tiraram o pano preto de sua cabeça e ela se deparou com muitos homens a olhando, imediatamente começou a suplicar por sua vida. Foi então que os homens foram saindo da frente e abrindo caminho para uma elegante senhora que foi se aproximando e disse: - Você tem mais vidas que um gato, sempre tentei te matar desde que você era um bebê e nunca consegui, certa vez tentei afogá-la na banheira mas sua mãe chegou, outra vez te empurrei da escada e você só quebrou a perna, e da última vez mandei te apagarem mas não fizeram isso, pedi para vê-la agora porque queria olhar em seus olhos antes de matá-la.

Aquela senhora aponta a arma em direção a Yasmim que não estava entendendo nada, ela fecha seus olhos e começa a pedir que não a mate. Nesse momento alguém atira na testa da senhora que cai morta no chão, era a polícia que havia chegado na floresta, começou um tiroteio e Yasmim correu para trás de uma árvore para se proteger.

Algum tempo depois os policiais haviam matado a maior parte dos homens e dominado os 3 que haviam sobrevivido. Logo Alice surgiu em meio aquela confusão e correu até sua amiga. agora Yasmim sentia que realmente estava segura. De repente um dos homens que estava caído no chão se levantou, apontou a arma na direção de Yasmim, mas antes que ele atirasse um dos policiais lhe tomou a arma.

- Não sei porque estas pessoas me querem morta? Não consigo entender. - Disse Yasmim.

Você precisa ir para um hospital, nós vamos para a Delegacia com os 3, ou melhor os 4 que sobreviveram. - Disse o policial enquanto olhava para o homem que havia se levantado do chão e tentado atirar em Yasmim.

Yasmim foi para o hospital acompanhada por Alice e pouco tempo depois um dos policiais entrou no seu quarto e disse que já havia descoberto o que estava acontecendo.

- Por favor me diga, estou confusa e aflita por não saber se ainda existem outras pessoas que me querem morta. - Disse a jovem deitada numa maca.

- Aquela senhora Glória era sua tia. Era a única irmã do milionário Alberto Alcântara, ele e sua esposa já estavam com idade avançada e não tinham filhos, até que a esposa de Alberto que já tinha mais de 40 anos engravidou, foi aí que glória entrou em desespero pois ela vivia a sombra de Alberto que era realmente o dono de toda fortuna Alcântara. Por vezes ela tentou lhe matar, até que um dia numa fazenda da família ela ordenou que um de seus capangas te matassem mas ele não teve coragem e a levou para outra cidade, deixando-a num orfanato e foi lá sua mãe atual lhe achou.
Seus pais sofreram muito ao pensarem que você tinha se afogado num rio que cortava a propriedade e durante anos procuraram seu corpo em vão, pois você estava viva. Alguns anos depois seu pai faleceu e foi Glória que herdou tudo sozinha, ela era quase 20 anos mais nova que seu pai e desfrutou de toda riqueza acumulada ao longo da vida dele.

- Mas não foi ela quem sequestrou minha amiga, isso eu posso garantir por causa da cara de espanto que ela fez ao ver a foto da Yasmim. - Disse Alice.

- Nós sabemos disso, realmente não foi a Glória, quem sequestrou sua amiga foi o filho do capataz que salvou a vida da Yasmim naquele dia que ele deveria matá-la. O pai contou a ele toda história e o mesmo quis chantagear Glória para que ninguém descobrisse quem de fato era Yasmim. Parabéns minha jovem você é milionária, a única herdeira da fortuna Alcântara. - Finalizou o policial.

Nessa mistura de emoções a jovem não sabia se ria ou chorava com tudo isso, descobrir que era milionária, adotada e odiada por uma tia foi muita informação. Mas ela sorriu abraçando sua amiga e agradecendo por tudo.



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